A PEGADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS DO IFPR - CAMPUS PARANAGUÁ E POSSÍVEIS CONEXÕES COM A GERAÇÃO DE LIXO MARINHO

Mirelle da Silva Soares, Allan Paul Krelling

Resumo


Este artigo propõe-se avaliar o potencial de contribuição do Campus Paranaguá para o lixo marinho do Complexo Estuarino de Paranaguá, analisando, para isso, o gerenciamento de resíduos sólidos dentro da instituição, a fim de estimar se estes são encaminhados para a destinação final ambientalmente adequada, conforme institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Sabe-se que a maior parcela do lixo marinho é oriunda de atividades terrestres, sendo resultado de uma gestão inadequada dentro das instituições e da falta de conscientização da população. Neste sentido, as instituições de ensino, em decorrência do dever disciplinar que possuem, podem contribuir no enfrentamento desta problemática, além disso, por possuírem a geração de resíduos como um resultado direto de suas atividades relacionadas ao ensino, pesquisa e operação, devem garantir que aqueles sejam destinados corretamente, sendo modelo de boas práticas para a comunidade através de iniciativas sustentáveis. A fim de analisar os processos de descarte, separação, armazenagem e geração diária dos resíduos do IFPR – Paranaguá, foram realizadas entrevistas e observações diárias junto aos responsáveis pela gestão, bem como coletas dos resíduos de sete pontos dispostos por toda a extensão do campus. Por fim, testou-se a metodologia proposta por Marine Debris & Plastic Source - Reduction Toolkit for Colleges & Universities para determinar a Pegada de Resíduos Sólidos do IFPR. Os resultados prévios obtidos a partir da primeira entrevista semi-estruturada evidenciaram duas principais problemáticas, sendo elas: a falta de conhecimento e conscientização da comunidade local diante da gestão dos resíduos e a insuficiência na gestão no campus. Ademais, espera-se com a conclusão do trabalho confirmar as hipóteses levantadas de que as universidades podem contribuir para o agravamento da problemática do lixo marinho, devido, principalmente, à insuficiência na gestão dos resíduos no instituto já constatada, de modo que será possível através dele adequar os procedimentos de separação e armazenagem dos resíduos sólidos.

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