ANÁLISE DOS IMPACTOS DA URBANIZAÇÃO SOBRE OS REMANESCENTES DE MATA ATLÂNTICA NO MUNICÍPIO DE PARANAGUÁ

Nathalia Oliveira Miquiline, Fernanda de Souza Sezerino

Resumo


O desmatamento da Mata Atlântica, bioma brasileiro com alto grau de endemismo e biodiversidade, concomitante em iminente perigo de extinção devido às atividades antrópicas de grandes impactos socioambientais, é identificado desde o período da colonização portuguesa e intensificado após a industrialização e urbanização do país. A preservação dos seus remanescentes é essencial para a manutenção dos serviços ecossistêmicos que garantem o acesso e a qualidade dos recursos naturais indispensáveis aos seres vivos. O município de Paranaguá abriga remanescentes significativos do bioma e seus ecossistemas associados, como manguezais e restinga. Estes fragmentos são protegidos pelo Código Florestal, por meio das Áreas de Preservação Permanente (APP) e pela Lei da Mata Atlântica. O Plano Diretor também estabelece zonas de restrição à ocupação, no entanto, estes aparatos legais não tem sido suficientes para conter o desmatamento no município. Desta forma, o presente trabalho tem como objetivo identificar os vetores de expansão urbana e de desmatamento em dois bairros de Paranaguá: Vila São Vicente e Jardim Guaraituba, limítrofes ao Rio da Vila. Foram realizadas pesquisas bibliográfica e documental e análise de imagens de satélite disponibilizadas no software Google Earth, na série histórica de 2002 a 2019. Concluímos que os instrumentos de planejamento territorial elaborados até o momento não foram suficientes para solucionar os problemas socioambientais na área de estudo, no entanto, os vetores de desmatamento e expansão das ocupações irregulares identificados neste estudo podem contribuir para a revisão do Plano Diretor e o Plano Municipal da Mata Atlântica, estabelecendo instrumentos e ações para o desenvolvimento sustentável da região.


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